O CanalEnergia é um portal de notícias com conteúdo especializado em economia e negócios relacionados ao setor elétrico brasileiro. Entrei em 2008 na empresa, como estagiário, efetuando clipping de notícias e redigindo matérias para o site do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel Info) da Eletrobrás. Depois, já efetivado como redator, desenvolvi reportagens para ambos os sites e integrei a equipe de implementação do podcast Rádio CanalEnergia. Na ocasião, assinava como Diego Luis. Atuei ainda como editor de áudio e instrutor de edição.
Abaixo, algumas das reportagens que escrevi. Clique sobre o título para ver no veículo original.
Grupo CanalEnergia
Site CanalEnergia
18.08.10
Eletronuclear diz que não será possível paralisar obras de Angra 3
Segundo a companhia, medida seria "altamente prejudicial ao erário público", podendo resultar na demissão de 1.796 trabalhadores
Diego Luis, da Agência CanalEnergia, Meio Ambiente
A Eletronuclear emitiu uma carta em resposta à recomendação enviada pelo Ministério Público Federal de suspender as obras da usina de Angra 3, no município fluminense de Angra dos Reis. De acordo com a companhia, as obras não poderão ser suspensas, por diversos motivos, que incluem aspectos econômicos, sociais e também técnicos.
Segundo a carta, a paralisação das obras seria "flagrantemente violadora" e "altamente prejudicial ao erário público", já que isto implicaria na demissão de 1.796 trabalhadores de empreiteiras que estão atuando no canteiro de obras. A demissão em massa, de acordo com a Eletronuclear, causaria um impacto econômico significativo e social ao município onde a usina está sendo implantada.
A Eletronuclear acrescenta que, a médio prazo, a decisão do MPF poderia impedir o cumprimento dos prazos estabelecidos pelo Plano Decenal de Energia 2010-2019 e pelo Plano Decenal de Energia 2030, o que seria "atentório à segurança energética nacional e à modicidade tarifária para os consumidores brasileiros de eletricidade".
A companhia afirma também que a paralisação não teria qualquer efeito positivo sobre os potenciais riscos à população e ao meio ambiente, mesmo se houvesse descumprimento dos requisitos de segurança na concessão da licença de construção, já que a usina não operará sem que a Comissão Nacional de Energia Nuclear analise os requisitos e exija eventuais medidas de regularização, tanto no projeto quanto na construção de Angra 3, e mesmo na operação da usina.
A Eletronuclear argumenta ainda que o nível de maturidade tecnológica do Brasil e do projeto de Angra 3 são bem diferentes de países sem experiência nuclear prévia, e incorpora todas as alterações implantadas em Angra 2, que serve de referência para a nova usina. Segundo a Eletronuclear, 16 grupos de alternativas de projetos já foram implementadas em Angra 3 para prevenção e mitigação de acidentes severos.
De acordo com a companhia, todas as informações que descrevem a natureza dos estudos constarão no Programa de Análise Probabilística de Segurança e das Bases e dos Critérios para o Gerenciamento de Acidentes Severos, já exigidos pelo CNEN, que deve ser entregue até o prazo estabelecido em resolução prévia.
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Site Procel Info
25.05.11
Eficiência energética nos supermercados: das prateleiras para a operação
Redes como Walmart, Carrefour e Pão de Açúcar avançam na implementação de práticas sustentáveis e visam à redução do consumo de água e energia para mitigar impacto ambiental
Diego Luis, para o Procel Info
A eficiência energética, que vem ganhando cada vez mais destaque nos mais variados setores da sociedade, começa a garantir espaço também nos corredores dos supermercados. Engana-se, no entanto, quem pensa que os produtos eficientes energeticamente estão apenas nas prateleiras. As redes de supermercados apostam cada vez mais em mecanismos sustentáveis e de redução do consumo de energia elétrica, tanto para reduzir custos quanto para mitigar seu impacto ambiental. Com isso, também agregam valor à sua imagem diante de clientes cada vez mais conscientes sobre seu consumo e sobre questões ambientais. Segundo uma pesquisa dos institutos Akatu e Ethos, feita em onze capitais e no Distrito Federal, o percentual de consumidores conscientes se manteve em 5% em 2010. Considerando o aumento populacional, o percentual indica um aumento de cerca de 500 mil consumidores aderindo a valores e comportamentos mais sustentáveis.
Sobretudo, os gastos com energia são um forte estímulo para que empresas como Walmart, Pão de Açúcar e Carrefour invistam em medidas de sustentabilidade para reduzir custos operacionais. O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, admite que a fatura energética representa uma fatia representativa dos gastos gerais de operação em um supermercado. "O insumo energia no nosso setor, dentro da nossa atividade, é praticamente o primeiro custo que temos, tirando a mão de obra", afirma Honda. "Já que o padrão de consumo brasileiro vem se alterando para melhor, a oferta de produtos perecíveis tem aumentado, e existe um investimento no setor de cadeia fria para oferecer produtos mais frescos. Isto exige equipamentos, como geladeiras, não só no ponto de venda mas também no ponto de retaguarda, o que tem elevado o custo de operação. Em algumas lojas ele chega a atingir 2% sobre o faturamento das nossas operações", explica. "Uma câmara fria equivale a uns 100 números de geladeira. Então, você imagina como impacta no consumo um equipamento como esse sendo mal utilizado".
De acordo com o presidente da associação, as grandes empresas de supermercado aderem ao mercado aberto de energia, comprando insumo para uso futuro. No entanto, o "setor é formado basicamente por lojas menores e é muito pulverizado, e na verdade as empresas acabam pagando esse custo maior, que é o da energia comercial", pontua Honda. Por isso, a Abras incentiva seus associados a aderirem a práticas mais conscientes em relação a seu consumo de eletricidade. "O próprio tema adentrou as empresas. Nenhuma empresa pode dizer que está alheia a essa situação", opina. "A crise de energia de 2000 para 2001 mostrou o quanto desperdiçávamos energia. Isso já trouxe um grande ganho de eficiência e levou as empresas a perceberem, dentro de suas áreas, essa questão. Até hoje nós comentamos muito a questão dos equipamentos da cadeia fria, da importância que têm as câmaras frias. Não é só utilizar equipamentos, mas é preciso pensar em como a utilização correta dos equipamentos impacta no consumo", assegura. "Há regras hoje. Quando você visita um depósito, vê claramente avisos sobre utilização. Antigamente não acontecia isso, mas hoje nós percebemos todo esse cuidado. Eu acredito que se possa reduzir de 30% a 40% o consumo de energia quando se tem práticas mais corretas na utilização dos equipamentos", garante Honda.
As medidas envolvem gestão energética, mecanismos de redução de consumo e uso de equipamentos eficientes energeticamente. "As lojas caminham, praticamente todas, de médio porte e de porte menor, para a utilização de ar-condicionado central para oferecer um bem estar melhor ao consumidor. Já as empresas maiores contratam companhias de engenharia, que trabalham especificamente nessa área de redução do consumo de energia, mas é uma área que ainda cresce no nosso setor", relata. Essas lojas, que assumem mecanismos sustentáveis e de redução do consumo, tanto de água quanto de energia, são chamadas de lojas verdes. "Estamos falando de lojas com utilização maior de tetos transparentes para melhor utilização da luz do dia e de equipamentos com menor consumo de energia para refrigeração. Também estamos falando da área de iluminação de lojas, que utilizam lâmpadas com menor consumo, tirando agora as fluorescentes, que imperavam no setor e que estão sendo substituídas pelas LEDs. Nos estacionamentos também estão sendo substituídas por equipamentos que consomem menos energia", relaciona o presidente da Abras.
Exemplo disto são as lojas do Grupo Pão de Açúcar. Desde 2006, cada loja do grupo possui uma comissão interna de controle de energia, com o objetivo de reduzir custos e o consumo de energia. Em 2009, as lojas ficaram 2,6% abaixo da meta estabelecida. Em algumas lojas, no entanto, a troca de equipamentos por similares de menor consumo foram essenciais para um menor consumo de energia. O grupo já possui duas lojas verdes. A primeira loja verde da América Latina foi inaugurada em 2008, na cidade de Indaiatuba (SP). O novo modelo de loja emprega tecnologias que permitem a economia de 10% de energia em relação a uma loja convencional de mesmo porte. Atendendo aos critérios de certificação definidos pelo www.usgbc.org/ U.S. Green Building Council, a unidade conquistou em 2009 o certificado de www.usgbc.org/Leed Liderança em Energia e Design Ambiental (Leed, na sigla em inglês). Mais tarde, em 2009, mais uma loja verde do grupo foi inaugurada na Vila Clementino, em São Paulo, seguindo os mesmos critérios de sustentabilidade implementados na loja de Indaiatuba. Na construção das lojas verdes foram identificadas mais de 50 iniciativas que estão, aos poucos, sendo replicadas em todas as inaugurações de novas lojas do Pão de Açúcar.
Os custos para a implantação dessas lojas verdes é maior em relação a uma convencional. No entanto, o investimento é recuperado através das economias de energia provenientes da operação eficiente. "É claro que a curto prazo o impacto de construção é mais caro. Mas a médio e longo prazo as empresas conseguem fazer com que esse impacto inicial seja compensado. O retorno sobre o investimento acaba retornando ao longo do período de utilização dos equipamentos", garante. E, além do retorno financeiro, também existe o retorno do público. A imagem de uma empresa sustentável agrada e atrai os consumidores mais conscientes. "Está ligado ao marketing das empresas", admite. "As empresas querem ser bem vistas sob o aspecto da sustentabilidade e divulgam suas ações. Se você pegar as grandes empresas, que são mais estruturadas em termos de divulgação, você vai encontrar dados analisados todos os anos sobre o que tem sido feito na área de sustentabilidade e na área socioambiental. Isso nós falamos de grandes empresas, mas as outras empresas também estão participando", afirma.
Ao abrir as portas de sua loja no bairro de Campinho, na zona norte do Rio de Janeiro, no final de 2008, o Walmart também atingiu um novo patamar em seu programa de sustentabilidade. A unidade incorporou o maior número de iniciativas realizadas pela empresa até então, com o objetivo de melhorar a eficiência socioambiental da operação. A loja incorpora claraboias no telhado do salão de vendas que permitem o aproveitamento da iluminação natural, contribuindo para a diminuição no consumo de energia, e lâmpadas fluorescentes do tipo T5, que gastam menos energia que as lâmpadas convencionais. Além disso, a altura do telhado da loja foi dimensionada para melhor aproveitamento do ar-condicionado, evitando desperdício de energia. Nos dois anos seguintes, outras 12 lojas desse padrão foram inauguradas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Bahia e Distrito Federal. O primeiro Centro de Distribuição ecoeficiente da rede foi aberto em 2009, na cidade de Betim (MG).
O marketing sobre a sustentabilidade das empresas de supermercados também oferece retorno garantido, segundo o presidente da Abras. "O Carrefour é um exemplo gritante aqui em São Paulo de uma loja que eliminou as sacolas plásticas. Mesmo antes de questões ligadas à legislação, ele transformou essa loja dentro de um padrão dela e tirou as sacolas plásticas. É a loja de maior retorno que temos hoje e não era. Para você ter ideia do impacto que isso tem na comunidade. O impacto quando ela anunciou seu programa em termos de imagem criou tanto benefício que é uma das lojas que teve, de acordo com a área de Sustentabilidade do Carrefour, o maior crescimento de identificação com o consumidor", conta Honda. O Carrefour possui diversas campanhas de sustentabilidade e conscientização sobre consumo consciente da água e da energia. No âmbito da redução do consumo de energia, o grupo promove o Dia Nacional do Futuro Consciente, quando recebe filhos de clientes e crianças da comunidade para refletirem sobre os cuidados com o planeta, através de brincadeiras educativas. Suas revistas Pense Bem e Fique Ligado estimulam atitudes mais sustentáveis com informações básicas de economia de insumos. Na Semana do Meio Ambiente, a empresa fomenta a prática de hábitos sustentáveis, abordando temas relacionados, em todas as suas lojas no Brasil. O Carrefour também oferece, em parceria com o Instituto Akatu, treinamento para seus funcionários, a fim de torná-los agentes de mobilização pelo consumo consciente.
O Carrefour também possui campanhas diretamente ligadas a sustentabilidade, como é o caso de "Saco é um Saco" e "Saco de Ideias", promovidas em parceria com o Instituto Akatu e o Ministério de Meio Ambiente, estimulando o uso de sacolas retornáveis no lugar das sacolas plásticas descartáveis. Além do Carrefour, as demais empresas investem em outras medidas de sustentabilidade. Além delas, estações de coleta de óleo de cozinha e materiais recicláveis complementam o leque de campanhas ambientais. Por outro lado, as lojas ecoeficientes do Walmart possuem torneiras automáticas, bacias de duplo acionamento e mictórios secos, que ajudam a reduzir o consumo de água. As peças de sinalização e comunicação das lojas são feitas com material reciclado e podem ser recicladas ao final de sua vida útil. Já as tintas são à base de água e, por isso, menos poluentes. O grupo possui também programas de gestão de resíduos, impacto zero e sacolas plásticas. O Grupo Pão de Açúcar, assim como os demais, aplica práticas sustentáveis, incluindo um bicicletário e vagas preferenciais para carros movidos a álcool e biocombustíveis, ou seja, com baixa emissão de dióxido de carbono, um dos principais causadores dos gases do efeito estufa. Esse avanço é positivo, na opinião de Sussumu Honda. "A sustentabilidade dá lucro porque temos menos custos e mais renda na mão do consumidor, na medida em que trabalhamos essas questões", avalia. Honda vai além, destacando os benefícios para o consumidor. "É um tema que dá lucro para a empresa sim, mas também para o consumidor, já que estamos falando de um consumidor cidadão", conclui.
12.05.11
Onda verde chega aos condomínios residenciais
Brasil - Condomínios apostam em medidas visando à redução do consumo de energia elétrica, seja por preocupação ambiental ou com objetivo de reduzir custos
Diego Luis, para o Procel Info
Brasil - A moda sustentável chegou aos condomínios residenciais, não apenas pelo apelo mercadológico, mas também por seus benefícios ambientais e financeiros. O cenário ainda começa a se formar no Brasil, mas a tendência é que a atenção se volte cada vez mais para a sustentabilidade no setor, tanto para benefício dos construtores de condomínios residenciais quanto para seus moradores. A gestão energética também tem sido levada em conta, principalmente pelos condomínios já existentes, que não possuem atributos verdes, mas desejam reduzir custos.
Com sua proposta funcional, o condomínio NEO Next Generation é um exemplo do avanço da sustentabilidade no setor. O empreendimento, idealizado pelo arquiteto Jacques Suchodolski, reúne características inovadoras que visam imprimir o menor impacto ambiental possível sobre o bairro Novo Campeche, na costa leste da ilha de Santa Catarina, onde está localizado. E o planejamento sustentável do condomínio tem sido reconhecido. Logo no início das obras, o empreendimento recebeu sua certificação ambiental. "Já ganhamos o selo de carbono zero, porque a obra replantou parte do Parque do Côrrego Grande com árvores nativas. Conquistamos o selo nos primeiros dois meses de obras", comemora.
O condomínio alia sofisticação arquitetônica com o aproveitamento dos ventos e dos raios do sol para gerar energia limpa e renovável. De acordo com Suchodolski, o condomínio apresenta diversas características verdes. Entre elas, o abastecimento próprio de energia através das fontes alternativas. "Cem por cento da energia necessária para aquecer a água de uso do condomínio provêm de fontes alternativas - solar e eólica", conta. E o melhor é a expectativa de que os apartamentos não custem mais para o comprador do imóvel. "Eu brigo pelo mesmo preço por metro quadrado. A incorporação está apostando, por filosofia, em entender que os custos que estamos investindo compensarão", diz, otimista. Suchodolski explica que "como mercado de classe média, a questão da sustentabilidade já entra como um item muito importante na hora da escolha. No final, o que vai decidir é o preço e as condições de pagamento".
A principal vantagem das medidas sustentáveis tem sido a economia resultante em água e energia. O arquiteto garante que, com a aplicação de todas as ações projetadas, os custos com energia poderão ser reduzidos pela metade em relação a condomínios convencionais, tanto para a administração quanto para os moradores. "Nós concluímos uma curva anual de demanda que indica que estamos utilizando apenas 10% da capacidade nominal dos aerogeradores. Se estamos fornecendo 100% da energia necessária média anual para aquecer a água, estamos economizando, estatisticamente falando, pelo menos 50% da energia necessária, nessa latitude, para a demanda dessa categoria de domicílios", explica. Suchodolski explica, no entanto, que essa economia pode ser ainda maior, porque a energia é gerada a mais, e pode ser utilizada para outras funções. "Nós temos excesso [de produção de energia], podendo fazer outras coisas, inclusive. Na verdade, vamos muito provavelmente chegar a mais de 50% [de economia de energia], mas eu garanto 50%", pondera.
Essa economia de energia conta com a contribuição de medidas de eficiência energética, como o tratamento das fachadas e esquadrias do prédio, para minimizar o uso de ar condicionado ou aquecimento, e o uso de lâmpadas econômicas. Neste contexto, toda a iluminação do condomínio é composta por diodos emissores de luz, conhecidos como LEDs. "Cada vez mais, fica disponível no mercado o sistema por LEDs. A cor de luz está ficando mais agradável e as lâmpadas cada vez mais acessíveis", destaca. Suchodolski calcula que "esse tipo de lâmpada consome de 20% a 25% da energia usada por um bulbo incandescente". "A economia é tremenda", afirma.
A redução dos custos é notada também em relação à água, que é reutilizada para descarga das bacias sanitárias, irrigação e lavagem dos pisos. "A gente não somente coleta água de chuva, mas todo o esgoto é tratado a um ponto que é perfeitamente sanitizado e bom para esse tipo de uso. Por isso, estimamos também uma economia de pelo menos 50% em água", garante. O condomínio aplica, ainda no processo de obras, outras medidas de sustentabilidade. "Durante as obras, os funcionários utilizam uma estação portátil de tratamento de esgoto para não poluir o subsolo. Nós utilizamos apenas tintas e vernizes à base d´água. Toda a madeira é certificada. É uma série de fatores. É bastante coisa", enumera.
Ao analisar um caso específico, como o do NEO Next Generation, a impressão é de que o mercado caminha acelerado rumo à sustentabilidade. Mas não é bem assim. "[O mercado] está uma fraqueza, engatinhando", comentou Suchodolski. A opinião é compartilhada pelo diretor da empresa de serviços energéticos Esco Energy, Adalberto Carvalho Rezende. A demanda por serviços visando à redução de consumo de energia, para ele, caminha "ainda em ritmo modesto". Segundo ele, "as administrações condominiais carecem de mais estruturação de gestão". "A demanda deve aumentar quando também tiver leitura individual de consumo de água", diz.
Muitos empreendimentos vendidos como sustentáveis na verdade apresentam apenas características verdes superficiais, segundo Suchodolski. "A maior parte da indústria imobiliária se utiliza do que se chama de 'green wash'. Dão um 'tapinha' para poder colocar na propaganda que é sustentável. Não tem um cuidado. Requer que os incorporadores exijam isso de seus projetistas", opina.
No ambiente dos empreendimentos já existentes, a preocupação ambiental é ainda menos priorizada. Segundo o sócio proprietário da Lima Soluções, Luiz Antonio Pessanha de Lima, a questão ambiental vem em segundo plano. O executivo afirma que sua empresa, também especializada em serviços energéticos, nunca recebeu proposta de condomínio preocupado com seu impacto ambiental. "Não existe preocupação ambiental. Só se preocupam os condomínios em que a energia representa um valor significativo no orçamento", revela. "Quando conseguem alternativas que reduzem custos com energia elétrica, com baixo investimento em tecnologia, e tem um impacto positivo para o meio ambiente, é um ponto ideal. Mas nem sempre isso é alcançado", observa. "A preocupação com a eficiência energética vem exatamente em função da redução de custo", ratifica.
Os benefícios ambientais, no entanto, são claros. O diretor da Esco Energy considera que "à medida que se racionaliza o uso dos insumos, há menos demanda por geração dos mesmos e, assim, preserva-se a fonte de produção. Vale lembrar que cada quilowatt-hora (kWh) de energia ou metro cúbico de água não utilizados hoje servem para atender à necessidade de amanhã", destacou Rezende.
Com a preocupação com o meio ambiente e custos financeiros, a gestão da energia, as medidas de eficiência energética e as práticas sustentáveis se alastram aos poucos no mercado. Os resultados obtidos por um empreendimento influenciam outros pela abordagem verde.
Um dos principais trabalhos executados pela Lima Soluções é o de sugestões de medidas de gestão de energia através de contratos de performance. Em alguns casos, segundo Pessanha de Lima, a empresa é remunerada com as economias geradas através das medidas implementadas nos condomínios. "É um contrato de risco", afirma o executivo. Por isso, a companhia opta por empreendimentos onde a garantia de retorno seja maior, ou seja, em condomínios onde a fatura de energia gire em torno de R$ 7 mil. "Esse valor é estabelecido para que interesse ao próprio condomínio e também para poder compensar o custo da prestação do serviço", explica.
A economia, no entanto, vale a pena para os que resolvem apostar na gestão do consumo. De acordo com Rezende, a economia média é de 20% na conta de energia e de 30% na conta de água. Pessanha de Lima vai além. "Nós já alcançamos economia de 45% em indústrias. Em condomínios também temos um caso, que é o condomínio residencial fechado Estâncias das Amendoeiras, em Lagoa Santa, cidade vizinha de Belo Horizonte (MG). O principal ganho, nesse caso, foi relacionado à adequação tarifária. Ou seja, é um ganho de baixo custo e grande retorno, porque demanda conhecimento, e não investimento", diz.
As soluções de gestão da energia nos condomínios para redução do consumo variam. "Nosso trabalho se resume a analisar desde a conta de energia do consumidor, no caso de médio a grande, até o conhecimento da curva de carga instalada, para depois analisar as alternativas", diz Pessanha de Lima. Antes de chegar à conclusão das melhores soluções a serem oferecidas, a Lima Soluções avalia tudo o que envolve o consumo dentro do condomínio. "O trabalho é feito através de uma análise geral, desde o contrato de energia com a concessionária - a forma como o condomínio contrata a energia -, analisando também quantos medidores e contas de energia de pessoas jurídicas têm no condomínio", explica o proprietário. "Fazemos uma medição para conhecer a curva de carga do condomínio e em cima disso procurar a tarifa mais adequada para aquele perfil", salienta.
De acordo com Pessanha de Lima, o consumo de condomínios se resume em três pontos básicos: iluminação, elevador e bombeamento de água. Analisando essas três cargas, que representam maior consumo para o condomínio, a companhia conclui qual delas precisa de maior atenção. "Vai depender de qual é a carga que representa maior consumo para o cliente. Às vezes, um condomínio pode apresentar um sistema de bombeamento de água que pese mais do que a iluminação", destaca.
O executivo explica, no entanto, que primeiramente se busca a redução do consumo através da adequação tarifária. "No popular, a "gordura" está na forma como o condomínio contrata a energia", garantiu. "Estou falando de gerenciamento de energia, que seria procurar uma modalidade tarifária mais adequada a cada cliente ou fazer com que o condomínio mude seu comportamento para que se encaixe em uma tarifa que será econômica", ressalta. Rezende, por outro lado, acredita que a maior abordagem se dá nas áreas comuns, onde a conta fica na gestão do síndico. "Sensores de presença, automação, iluminação eficiente, substituição de bombas e automação de descargas e mictórios são as práticas adotadas", listou.
A gestão da energia é priorizada pela Lima Soluções por ser a área que exige maior análise e resultado. "É uma análise criteriosa. Não existe uma dica. Se não fosse assim, não alcançaríamos a excelência do trabalho. As soluções genéricas já são conhecidas", diz Pessanha de Lima. "A parte da iluminação hoje em dia não tem muito como ser enxugada, porque as lâmpadas eficientes compactas já são utilizadas desde o racionamento. O que acontece muitas vezes é de o ambiente não estar com a iluminância adequada", compara.
Segundo Pessanha de Lima, a troca de lâmpadas apenas não resolve o problema. "É feita simplesmente uma troca de lâmpadas, sem fazer uma análise da iluminância, o que pode reduzir ou aumentar a iluminância do ambiente, saindo da faixa adequada estabelecida pela norma da ABNT', analisa. "Algumas vezes é necessário fazer algum tipo de alteração na forma do uso da energia, reduzindo o consumo nos horários em que a energia é mais cara e aproveitando os horários em que a rede de distribuição está mais aliviada para utilizá-la", acrescenta. "Isto é feito, muitas vezes, através de automação no bombeamento de água ou na iluminação, que permitem ser gerenciáveis".
Com a melhor gestão da energia, o retorno é rápido, segundo o executivo. "É um trabalho que a partir de três meses já gera retorno, porque demora cerca de dois meses para encontrar o melhor tipo de tarifa", garante. Já com as medidas sustentáveis ou de eficiência energética, a demora no resultado é maior. Isto faz com que o cliente não se anime a implementar as soluções, já que o retorno do investimento consequentemente também levará mais tempo. "São alternativas que, infelizmente, demandam investimentos e, muitas vezes, quanto mais nova a tecnologia mais alto é o investimento. Quando isto fica a cargo do próprio cliente escolher, ele opta por não fazer, por causa do retorno que é um pouco demorado".
Contudo, como moda, a gestão da energia, as medidas de eficiência energética e as práticas sustentáveis se alastram aos poucos no mercado. Os resultados obtidos por um empreendimento influenciam outros pela abordagem verde. "Os resultados incentivam até os próprios moradores a terem mais atenção ao consumo de cada residência. Isso acaba até se multiplicando entre condomínios vizinhos", concluiu Pessanha de Lima. "Quando um condomínio tem essa visão, a atitude se multiplica".
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05.05.11
Medição e Verificação: hora de investir na capacitação profissional
Efficiency Valuation Organization (EVO), responsável pelo aperfeiçoamento e disseminação do Protocolo Internacional de Medição e Verificação (IPMVP), traz para o Brasil o curso CMVP (Certified Measurement and Verification Professional). Objetivo é capacitar consultores em M&V
Diego Luis, para o Procel Info
Com o objetivo de treinar e certificar profissionais para exercerem consultoria em M&V, o curso será oferecido em duas capitais. Em São Paulo as aulas serão oferecidas de 12 a 14 de maio, enquanto o Rio de Janeiro sediará o treinamento de 9 a 11 de junho.
Iniciadas no início dos anos 1990, as abordagens padronizadas para medição e verificação da eficiência energética foram desenvolvidas para auxiliar os agentes. Atualmente, o IPMVP é o padrão líder em protocolos de M&V em todo o mundo e já foi traduzido para 10 idiomas, inclusive o português, sendo usado em mais de 40 países. O documento é geralmente citado como base para outros protocolos tanto de governo como de empresas de energia.
No Brasil, é exigido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para servir de base para mensuração das economias do programa de eficiência energética das distribuidoras. A www.abradee.com.br/ Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), por outro lado, está desenvolvendo um manual de aplicação prática para as medidas mais comuns aplicadas no Programa de Eficiência Energética (PEE) da Aneel, também se baseando nas diretrizes do PIMVP.
Ministrado em muitos países do mundo, o treinamento ainda é inédito no Brasil, onde está sendo coordenado pela consultora em marketing e relacionamento institucional Maria Cecília Amaral. Segundo ela, o conteúdo não precisou se adequar às condições do mercado brasileiro. A organização desenvolve oficinas especiais e programas de treinamento feitos para atender às necessidades específicas das várias regiões do mundo. "[O curso] é referência em vários países e muito flexível em sua aplicação, seguindo determinadas regras para a segurança dos resultados. Ele deve ser adaptado não exatamente ao país, mas sim a cada projeto em que será aplicado, de acordo com suas características técnicas", explicou.
Na avaliação da consultora, em projetos de redução de consumo de insumos energéticos nos países onde o mercado de eficiência energética está mais avançado "o especialista em M&V é parte integrante e indispensável". Ela acredita que, "no Brasil, [esse treinamento] será muito importante para que o mercado dê mais um passo no rumo do crescimento sustentável e que obtenha maior credibilidade. No PNEf (Plano Nacional de Eficiência Energética), ele será fundamental na comprovação dos reais resultados obtidos", garantiu.
"O curso é referência em vários países e muito flexível em sua aplicação, seguindo determinadas regras para a segurança dos resultados. Ele deve ser adaptado não exatamente ao país, mas sim a cada projeto em que será aplicado, de acordo com suas características técnicas", diz consultora.
No entanto, para que recebam a designação de CMVP, os interessados deverão ter graduação superior em Engenharia ou Arquitetura, ou ainda um comprovante de pelo menos três anos de experiência na área. De outra forma, o profissional com curso superior em outra área deverá ter, pelo menos, cinco anos de experiência. O mesmo período de experiência é exigido de profissionais de nível técnico. Para agentes não graduados, o rigor aumenta para dez anos de experiência prática.
Recentemente, foi lançada a norma internacional ISO 50001, que irá normatizar a certificação de empresas em Gestão de Energia. Representantes do Brasil e dos Estados Unidos estão à frente do desenvolvimento dessa normatização, o que permitirá às indústrias e empresas gerirem seu consumo energético de forma mais eficiente e profissional.
"Na ISO 50.001, o passo inicial na implantação de um sistema de Gestão de Energia é a criação de uma linha de base da atual situação energética da empresa, criando assim um ponto de partida. Com esses dados iniciais é estabelecido o programa de trabalho e todas as alterações que serão feitas na obtenção do melhor custo-benefício nos resultados, ou seja, maior economia com menor investimento", explicou Maria Cecília.
A expectativa é que a ISO 50.001 seja publicada entre o final de julho e o início de agosto, propiciando o fortalecimento do mercado de eficiência energética, além de criar a necessidade de novos profissionais. Com isso, a especialização em M&V ganha uma importância ainda maior.
"Sem a correta escolha e sistemática de medição das variáveis, em seu ponto de partida, comparadas aos resultados obtidos durante e após o processo de implantação de alterações, não é possível quantificar, com precisão, os resultados obtidos", garantiu. "Não se gerencia aquilo que não se mede. Todo esse processo levará à busca, pelo mercado, por especialistas em Medição e Verificação para suprir essa necessidade, tanto nas equipes internas de grandes empresas como fornecedores de serviços de consultoria".
Para se inscrever, os interessados deverão investir US$ 1.750,00, o que cobre o material que será utilizado, o coffee break, os almoços e a taxa do exame de CMVP. Assinantes da EVO terão US$ 100 de desconto. O formulário de inscrição para o treinamento pode ser obtido na página da EVO, no endereço www.evo-world.org/training_brazil. Para mais informações sobre o curso, entre em contato pelo e-mail mcamaral@expertsmkt.com.br. Telefone: (11) 3743-9666.
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22.03.11
Embaixada da Itália inova com sustentabilidade e eficiência energética
Com sistemas de geração solar, sede diplomática italiana no Brasil se torna a primeira a adotar energias renováveis para seu abastecimento energético, buscando reduzir consumo de eletricidade
Diego Luis, para o Procel Info
A sede diplomática da Itália no Brasil, desenvolvida pelo engenheiro italiano Pierluigi Nervi, tem sido reconhecida, desde o ano passado, como a Embaixada Verde. Isto porque é a primeira embaixada no país a utilizar energias renováveis em seu abastecimento energético buscando a autossuficiência através da energia solar, e também a primeira da Itália no mundo. O projeto é constituído por 405 painéis fotovoltaicos com capacidade de geração de 86 megawatts-hora (MWh) por ano, o que pode evitar a emissão de 7,6 toneladas de dióxido de carbono (CO2) à atmosfera anualmente.
A iniciativa partiu da preocupação do embaixador, Gherardo La Francesca, com o alto custo das faturas de energia elétrica do prédio. Diante disto, ele pediu um estudo técnico de viabilidade para implantação de um sistema de abastecimento através da energia solar na sede, que gerasse economia de energia para a Embaixada. O projeto, elaborado em consonância com normas e diretrizes internacionais para estudos e projetos de centrais solares fotovoltaicas integradas à edificação, faz parte de um programa mais amplo chamado Farnesina Verde, lançado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Itália. Para que a instalação do sistema fosse possível, a Embaixada da Itália no Brasil contou com a colaboração da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), da Companhia Energética de Brasília (CEB) e da Enel Green Power.
"Tornar-se a primeira sede diplomática a utilizar energias renováveis para seu abastecimento energético representa acima de tudo nossa contribuição na busca de uma solução para os problemas ambientais", destacou o conselheiro Econômico da Embaixada da Itália, Cristiano Musillo. Segundo ele, a partir dessa iniciativa outras sedes diplomáticas e outras instalações urbanas e instituições brasileiras estão estudando a possibilidade de reproduzir a experiência. "A Embaixada Verde representa um projeto-piloto, tornando-se um centro de pesquisa para o mercado brasileiro de energia solar, uma vez que a parceria estabelecida com a CEB nos permitirá enviar para a companhia toda a energia que produzimos a mais durante o dia e que depois poderemos reaver durante a noite", explicou.
Musillo se refere ao fato de a planta solar da embaixada estar conectada à rede elétrica de Brasília, o que permite o repasse da energia excedente não consumida para a CEB. A parceria também proporciona a troca de informações entre a embaixada e a distribuidora, envolvendo diversas questões. "Entre elas, a qualidade da energia que é exportada da embaixada para a rede da CEB Distribuição e a que a companhia fornece à embaixada; detalhes do paralelismo da rede entre a distribuidora e a embaixada, e a troca de informações técnicas sobre o estágio atual da geração distribuída no Brasil e na Itália", listou o gerente de Normatização e Tecnologia da CEB Distribuição, Celso Nogueira da Mota.
De acordo com Mota, a parceria também possibilita à companhia um aprendizado valioso na área de geração fotovoltaica com venda de excedente. "Será um forte motivo para que o tema faça parte das normas e padrões da concessionária", garantiu o gerente. "Em princípio, toda fonte de energia limpa, seguindo os preceitos básicos das normas da CEB Distribuição será bem vinda", destacou. No entanto, como o projeto envolve um modelo de troca de energia entre a embaixada e a CEB, a cooperação acaba se estendendo a aspectos regulatórios. Mota acredita que são necessárias algumas alterações na regulamentação do tema. "A Aneel deve regulamentar de forma mais clara, com relação à geração distribuída, estas parcerias que utilizam fontes ambientalmente limpas", opinou.
O engenheiro Carlos Café, especialista em aquecimento solar e geração solar do Studio Equinócio, também lamenta a falta de uma legislação que permita ao consumidor usufruir da exportação de energia para a rede elétrica. Segundo ele, isto proporcionaria o abatimento do consumo noturno, seja em termos de energia, com medidores bidirecionais, ou financeiros, através de política de compra e venda de energia distribuída. "Esta política serviria como base necessária e democrática para que todo cidadão ou empresário pudesse optar seriamente em escolher a fonte de energia que a sociedade deseja para o seu futuro", comenta. "É uma mudança que traz importantes benefícios econômicos para toda a sociedade, principalmente a brasileira, que poderia se tornar sócia efetiva do governo na geração de energia elétrica", garantiu.
Entre as muitas vantagens do sistema de energia solar está a redução do consumo de energia elétrica da rede. De acordo com Café, o uso da energia solar fotovoltaica pode atenuar alguns picos de consumo ao longo do dia, quando ocorrem também os picos de produção. Outra forma de reduzir o consumo, segundo ele, viria da utilização de sistemas de armazenamento da energia elétrica gerada, embora também apresentem desvantagens. "Se por um lado aumentam as perdas e os custos de manutenção, por outro lado permitem dimensionar um sistema para atender a 100% da demanda de energia elétrica de uma edificação", explicou.
Café disse que em sistemas sem armazenamento, na ausência de uma legislação específica, a economia de energia pode ficar restrita ao consumo energético durante as chamadas "horas solares", quando há uma efetiva produção de energia. Neste caso, segundo ele, um sistema dimensionado de forma adequada não exportaria energia para a rede e economizaria, em média, de 10% a 50% do consumo de energia, variando conforme o perfil de demanda elétrica da edificação ao longo das 24 horas do dia.
"Tornar-se a primeira sede diplomática a utilizar energias renováveis para seu abastecimento energético representa acima de tudo nossa contribuição na busca de uma solução para os problemas ambientais", destacou o conselheiro Econômico da Embaixada da Itália, Cristiano Musillo.
O projeto Embaixada Verde envolve também a utilização de um carro elétrico biflex, movido a energia elétrica e etanol, como veículo oficial. O Palio Weekend, desenvolvido e doado pela Fiat em parceria com a Itaipu Binacional, é abastecido com a energia produzida pelos painéis solares. "Trata-se de uma iniciativa moderna e ambientalmente correta", explicou o chefe da Assessoria de Mobilidade Elétrica Sustentável da Itaipu Binacional, Celso Novais. "O Brasil está dando os primeiros passos para viabilizar um futuro mercado de veículos elétricos e o protótipo que desenvolvemos demonstra a viabilidade técnica", disse.
Para Novais, que também é coordenador geral brasileiro do Projeto Veículo Elétrico, os custos da tecnologia ainda são uma barreira a ser vencida. "Os custos [da alternativa] são muito elevados no Brasil, havendo perspectivas de redução de preço a médio prazo", afirmou otimista. No entanto, para que isso seja possível, uma série de fatores precisam ser levados em conta. "Incentivos governamentais, infraestrutura de abastecimento, mão-de-obra especializada para manutenção, aumento da autonomia, produção nacional dos componentes e redução do custo das baterias", relacionou.
Segundo o gerente da Itaipu Binacional, a iniciativa da Embaixada da Itália pode influenciar positivamente outras instituições a repensarem o tema da sustentabilidade. "A Itaipu incentiva todas as ações de preservação do meio ambiente e considera que a iniciativa pode servir de estímulo a outras entidades, com a utilização de energia solar para alimentar suas instalações e com a possibilidade de fornecer o excedente à companhia elétrica responsável pela distribuição", concluiu.
O programa Farnesina Verde, que abrange o projeto da Embaixada Verde, é um programa do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Itália que prevê medidas sustentáveis nas suas sedes diplomáticas. O programa envolve também o Restaurante do Ministério, que implementa ações para se tornar eco-responsável, estimando que 20% ou 30% dos alimentos comprados sejam provenientes de fornecedores locais.
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